
Neste mês em que celebramos a imigração japonesa no Brasil, fui surpreendida por um vídeo que me emocionou profundamente. A senhora que aparece entregando flores à princesa japonesa é minha tia Tisue — figura marcante da minha infância e da minha vida.
Recentemente, estive com ela em uma morada para idosos da comunidade japonesa, em São Paulo. E vê-la nesse registro tão simbólico, entregando flores com tanta delicadeza e respeito, me encheu de orgulho e carinho.
A imigração japonesa sempre teve um significado muito especial para mim — não só pelas histórias que ouvi, pelas referências que carrego, mas pela vivência próxima com pessoas como minha tia. São elas que nos ensinam, na prática, sobre valores como disciplina, respeito, generosidade e senso de coletividade.
Em 2008, tive a honra de receber a Medalha do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, concedida pelo Itamaraty. Essa homenagem reconhece brasileiros que contribuíram para o fortalecimento das relações entre Brasil e Japão e para a valorização da comunidade japonesa no nosso país.

A cerimônia, que contou com a presença do então príncipe (hoje imperador) Naruhito, foi um dos momentos mais especiais da minha vida. Apenas 150 brasileiros foram condecorados com essa medalha — e estar entre eles me enche de gratidão.





O que seria de nós sem a imigração japonesa? Um povo que ensinou tanto, que contribuiu de forma silenciosa, elegante e firme para a construção do Brasil que temos hoje.
Rever minha tia nesse vídeo, nesse gesto tão singelo e simbólico, me fez reviver tudo isso. Me fez lembrar o quanto nossas raízes e afetos nos fortalecem e nos acompanham onde quer que a vida nos leve.
Arigatou, Tisue. Arigatou, Japão. Obrigada por tanto.